Impacto das ações educativas do enfermeiro frente à adesão de mulheres ao aleitamento materno exclusivo

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O leite materno é o alimento principal na alimentação de crianças menores de dois anos de idade. O aleitamento materno apresenta vantagens tanto para a mãe quanto para a criança. Para mãe, a amamentação oferece proteção contra o câncer de ovário e mama e para a criança, incluem-se proteção das vias respiratórias e do trato gastrointestinal contra doenças infecciosas. Além disso, o leite materno promove o ganho de peso ideal, sendo livre de qualquer contaminação o que promove a proteção imunológica e estimula o vínculo afetivo entre mãe e filho (BRECAILO et al., 2010).

O Ministério da Saúde (MS) define o aleitamento materno como uma estratégia que além de promover o vínculo e o afeto entre mãe e filho, é uma intervenção que fornece nutrição de baixo custo e que reduz a morbimortalidade infantil. O Aleitamento materno deve ser exclusivo até os primeiros seis meses de vida e complementado até os 2 anos de idade da criança (BRASIL, 2009).

Silva e Guedes (2013) afirmam que o aleitamento materno provoca benefícios únicos, principalmente em recém-nascidos pré-termos, pois favorece o aumento dos índices de inteligência, acuidade visual, melhora da defesa do organismo, visto que no leite materno é passado de mãe para filho imunoglobulinas G, além de conferir melhor digestão e ausência de fatores alergênicos, entre outras vantagens e proteções ofertadas pelo aleitamento materno.

A prática do aleitamento materno evita morte infantil protegendo a criança contra infecções, evita diarréia e infecções respiratórias, diminui o risco de alergias e desenvolvimento de hipertensão, diabetes tipo 2 e colesterol alto, reduz a chance de sobrepeso e obesidade, e contribui para o desenvolvimento cognitivo. A mulher também se beneficia com a prática do AME, tendo redução na prevalência de câncer de mama, auxiliando o retorno ao peso inicial, amenorréia durante o período de amamentação exclusiva, além de ser um método anticoncepcional nos primeiros seis meses após o parto (KRAMER,2002).

Não foram demonstrados benefícios da introdução da alimentação complementar entre quatro e seis meses de idade da criança, porém há relatos

de que tal prática possa ser prejudicial. Isso porque o rim e o sistema digestivo da criança menor de seis meses ainda são imaturos, limitando sua habilidade em manejar alguns componentes diferentes do leite humano. As evidências disponíveis demonstraram não haver riscos aparentes para recomendar, como política geral, a amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses de vida da criança em países desenvolvidos e em desenvolvimento (BRASIL,2009).

A alimentação complementar pode ser definida como o conjunto de outros alimentos, além do leite materno, oferecidos durante o período da amamentação. Também conhecidos como transicionais, alimentos preparados especialmente para a criança e, oferecidos a partir do sexto mês mantendo-se até os 9-11 meses de vida da criança (SBP,2006). Alimentos complementares adequados são aqueles ricos em energia, proteínas e micronutrientes, limpos e seguros, não patogênicos, de temperatura amena, de fácil mastigação, sem muitos condimentos, de fácil preparo, oferecidos de forma gradual e de colher (WHO,2000).

O desmame é definido como a interrupção do aleitamento materno. Entretanto, atualmente, observa-se não apenas o abandono total da prática da amamentação, como também os determinantes relativos à suspensão precoce do aleitamento materno exclusivo. (HERNANDEZ; KÖHLER, 2011). As mães acreditam que assim não estão atrapalhando o processo de formação da criança, visto que continuam fornecendo o leite materno, mesmo que associado a outros alimentos.

Após os seis meses, deverão ser oferecidos, alimentos em consistência pastosa, preparados especialmente para a criança, chamados de alimentos de transição. Deve-se aumentar a consistência gradativamente, até chegar à alimentação da família, a partir do oitavo mês de idade (MONTE; GIUGLIANI, 2004).

A introdução da alimentação complementar em tempo oportuno apresenta muitos benefícios, que idealmente, não deve ser iniciada antes dos seis meses, pois pode conduzir a malefícios (BRUNKEN et al., 2006).
A introdução precoce de alimentos complementares diminui o tempo de duração do aleitamento materno, além disso interfere na absorção de nutrientes importantes presentes no leite materno, tais como ferro e zinco, bem como reduz a eficácia da lactação na prevenção de nova gravidez (MCNEILLY; GLASIER; HOWIE, 1985 citado por MONTE e GIUGLIANI, 2004). Observa-se que a introdução precoce da alimentação complementar tem-se associado com o desenvolvimento de doenças atópicas como as alergias (MONTE; GIUGLIANI, 2004).

A criança deve receber a alimentação utilizada pela família, considerada aquela do hábito familiar, porém modificada na consistência para adequar à maturação da criança. Inicialmente, os alimentos devem ser oferecidos em forma de papa, passando para pequenos pedaços e, após os doze meses, na mesma consistência dos alimentos consumidos pela família (SBP,2006).
A introdução precoce de alimentos complementares está associada ao maior número de episódios de diarréia, maior número de hospitalizações por doença respiratória, menor duração do aleitamento materno, menor absorção de nutrientes importantes do leite materno (ferro e zinco) e risco de desnutrição (BRASIL,2009).

No entanto, a introdução tardia também é desfavorável, visto que, não atende as necessidades energéticas do lactente e leva a desaceleração do crescimento da criança, aumentando assim o risco de desnutrição e deficiência de micronutrientes (SALDIVA, 2007). Portanto, conhecer sobre a alimentação complementar contribui para o desenvolvimento adequado do bebê.
A relação entre o desmame precoce e seus reflexos no desenvolvimento motor-oral aponta que a prática do aleitamento artificial interfere na realização das funções de mastigação, sucção e deglutição.

Quando a criança suga corretamente o seio materno, estabelece o padrão adequado de respiração nasal e postura correta da língua, além de proporcionar o desenvolvimento motor-oral adequado. Esse influencia a evolução nutricional do recém-nascido, permitindo a adequada transição alimentar, condicionando a criança ao recebimento de alimentos certos em idade adequada. A partir do sexto mês os nervos e músculos da boca da criança já estão desenvolvidos, capacitando-a a mastigar e ter melhor controle dos lábios, evitando empurrar o alimento para fora da boca (WHO,2000).

Os benefícios da amamentação devem ser difundidos, incentivando as mães à adoção de tal prática, pois é a mais adequada e indicada para o bebê.

Diante do exposto, acredita-se que este trabalho irá fornecer subsídios para o desenvolvimento de novos estudos com estratégias que favoreçam o aleitamento materno exclusivo até os seis meses e complementar até os dois anos.

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